Cada
ator tem uma maneira própria de encontrar a essência de seu personagem.
Uns gostam de se pautar basicamente em "workshops" oferecidos pela
emissora. Outros recorrem à literatura ou filmes que abordem o mesmo
tema da trama em questão. Têm aqueles que buscam uma referência no
universo particular ou no próprio texto da história. Ully Lages, a
misteriosa Lucy de Rebelde opta por misturar todas as alternativas
anteriores. Mas a sua predileta é a pesquisa através de músicas que
combinem com o proposto pela autoria da novela da Record.
"Quando
ela entrou em surto, pesquisei novas músicas. Deixei para trás
Nightwish e fui para a música clássica", conta, referindo-se à banda
finlandesa de heavy metal.
Na
trama, assinada por Emílio Boechat – a autora Margareth Boury, que até
então escrevia a novela, está temporariamente distante do folhetim para
cuidar da sade , Lucy nunca foi como os outros jovens da idade dela.
Dona de um visual soturno, um sorriso contido e movimentos travados, ela
sempre é a mais séria do grupo de adolescentes na escola. As coisas se
complicaram quando a personagem passou a ter surtos psicóticos. Para a
atriz, a gota d'água pode ter sido quando Miguel, papel de Thiago
Amaral, começou a mentir sobre a paixão dele por Alice, de Sophia
Abrahão.
"A Lucy tem um ciúme obsessivo dele e isso pode ter colaborado a desencadear esse surto psicótico", explica.
A atriz carioca, que tem 19 anos e ascendência indígena, alemã e portuguesa, comemora a repercussão do seu papel na novela teen.
"Escuto de tudo um pouco", conta, aos risos.
Segundo
ela, parte do público entende que a personagem está maluca e isso
justifica alguma das maldades que ela faz. Outros demonstram pena e tem
aqueles que têm medo dela. "É bem mesclado", completa ela, que
normalmente é mais assediada por crianças e adolescentes.
Contudo,
o retorno do público já lhe causou situações constrangedoras. Certa
vez, ela estava com a mãe em um shopping no Rio de Janeiro. Quando se
deu conta, estava sendo perseguida por um grupo de jovens fãs de
Rebelde.
"Fiquei
assustada. Quando você ouve um amigo falar que aconteceu com ele, até
acha engraçado. Mas quando é a sua vez é bizarro", destaca.
Apesar do susto, ela não deixa de achar graça da situação.
"Eu
fico na boa. No máximo uso óculos escuros porque é uma coisa minha. Mas
não sou de disfarçar. Amo o que faço", avalia ela, bem-humorada.
No
ar na novela desde março, Ully acredita que ainda tem muito o que
aprender para realizar o folhetim. Essa busca funciona como uma válvula
propulsora para um trabalho cada vez mais verossímil. "A minha
interpretação é tanto intuitiva quanto baseada no texto. O texto me
ajuda a encontrar o ponto da cena no qual a emoção está e a emoção me
ajuda a alcançar o texto", divaga.
Adepta às mudanças que agreguem tons ao perfil da personagem, Ully está
contente com o atual rumo da trama de Lucy. Apesar disso, ela pauta seu
trabalho no caminho que o autor achar mais condizente com a história.
Até mesmo uma guinada para a comédia. "Seria interessante. Essa
personagem me instiga o tempo inteiro", derrete-se.
Atualmente com um contrato por obra com a Record, a atriz não descarta
ampliar sua gama de trabalho em outras áreas. "Tenho muita vontade de
fazer cinema. Além disso, quero um dia fazer um grande musical. Dançar
até eu danço. Mas cantar não é o meu forte", confessa, às gargalhadas.
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